[image: Foto: Caroline Dokken Wendelborg / NIF.]Foto: Caroline Dokken Wendelborg / NIF Um exemplo de superação
A remadora norueguesa Birgit Skarstein é uma inspiração para muitos – e ela se sente inspirada no Rio de Janeiro.
*Entrevista conduzida por Runa Hestman Tierno*
O Time Noruega nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro conta com 25 atletas, competindo em 10 esportes diferentes, e a simpática Birgit é uma das favoritas para ganhar uma medalha na prova de remo na Lagoa nos próximos dias.
– Estou amando estar aqui no Rio, e o estádio de remo é maravilhoso, poderoso. É uma grande inspiração conviver com tantas pessoas que se esforçaram tanto para chegar até aqui. O esporte tem muito a ensinar a todos nós, diz ela.
– Estou amando estar aqui no Rio, e o estádio de remo é maravilhoso, poderoso. É uma grande inspiração conviver com tantas pessoas que se esforçaram tanto para chegar até aqui. O esporte tem muito a ensinar a todos nós, diz ela.
[image: Birgit Skarstein by Caroline Dokken Wendelborg / NIF]
Em 2008, de viagem pela Tailândia, em uma praia paradisíaca no pais asiático, ela quebrou o tornozelo quando pulou ao mar. Passou por quatro cirurgias na Ásia, antes de ser transportada para a Noruega, onde passou por várias outras cirurgias. Em uma delas, recebeu uma anestesia na coluna que, por erro médico, não deu certo, e a menina de apenas 20 anos recebeu a dura notícia que nunca mais voltaria a andar.
O que Birgit fez depois disso pode servir de lição de vida para todos nós. Ela dá exemplos de determinação, de força e de superação todos os dias. Com um aperto de mão forte e sempre com um sorriso no rosto.
– A Vila Paralímpica é como se fosse um mundo em miniatura. Há bandeiras do mundo inteiro. O COI tem mais membros que a própria ONU. O senso de comunidade é muito forte. Todos nós fazemos parte de algo muito maior. Estamos aqui para competir, mas todos nós queremos a mesma coisa. Moramos juntos, comemos juntos. É como se fosse um mundo ideal, uma comunidade calorosa e inclusiva. Imagina se conseguíssemos reproduzir isso fora da Vila Paralímpica.
Na Noruega, Birgit Skarstein já é conhecida pela participação ativa no debate social. É vereadora no município de Oslo, capital da Noruega, e foi diretora de uma organização para jovens deficientes. É uma inspiração para muitos, não só pela maneira que superou dificuldades, mas também pelas atitudes e convicções que defende.
[image: Birgit Skarstein by Caroline Dokken Wendelborg / NIF]
– Não podemos deixar os outros definirem o que a gente pode e não pode fazer. É muito fácil falar que não pode, que não é possível, mas não é bem assim, e eu acho ótimo que a minha história possa inspirar outros a correr atrás dos seus sonhos, diz Birgit.
Em 2014, Birgit foi campeã mundial de remo na classe dela. Em 2015, com duas costelas quebradas, ela levou o bronze. A capacidade de aguentar dor é uma força dela. A remadora treina de 18 a 30 horas por semana.
Mesmo assim, é difícil acreditar que ela começou a remar apenas quatro anos atrás, em 2012.
– Eu não escolhi o remo, foi o remo que me escolheu. Adoro estar na água, e adoro a combinação da força física e mental com os desafios técnicos que o remo apresenta. Mesmo com uma deficiência, foi exigido o máximo de mim. Eu estava em Londres, como espectadora, e entendi que os Jogos Paralímpicos são, na verdade, um segredo bem guardado para muitos. Entendi como os atletas se dedicam, e isso me cativou.
A ambição agora é ganhar uma medalha no Rio. Se ela conseguir esse feito, será a terceira medalha da Noruega na Lagoa. Em agosto, remadores noruegueses ganharam duas medalhas de bronze nessas águas. A brasileira Claudia Santos está entre as concorrentes mais ferozes.
– Tenho chance de ganhar, más o nível é altíssimo. Se eu conseguir fazer o meu melhor e mostrar o meu potencial, voltarei satisfeitíssima para a Noruega, diz Birgit Skarstein.