A Diretoria-Geral da Polícia Civil anunciou que o governo deve abrir até o ano que vem um concurso público com *2.100 vagas* (1.750 para agentes de polícia e 350 para escrivães) para a corporação (*Concurso PCDF*). No evento que marcou o Dia do Policial Civil, o diretor Eric Seba prometeu à categoria que trabalha para que o processo saia com a maior brevidade possível. O quantitativo, conforme o *Sinpol-DF*, ainda não é suficiente para preencher o déficit.
Enquanto os policiais reivindicam a equiparação salarial com a Polícia Federal e enfrentam resistência do Palácio do Buriti em dialogar sobre o assunto, Seba tenta aplacar os ânimos da categoria. Para Rodrigo Franco, que preside o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), existe a necessidade de se abrir o concurso, mas o número de cargos ainda é insuficiente. “*São quatro mil vagas hoje. Essas contratações devem ser concluídas somente em dois anos, quando o déficit será ainda maior*”, explica.
Até 2020, mais mil policiais devem se aposentar, conforme o sindicalista. “*O que o governo está fazendo é para tentar manter o número de policiais que hoje está na ativa*”, observa. No ano passado, 350 servidores se aposentaram. Nos três primeiros meses deste ano, já foram 150.
A área meio da corporação também está carente, de acordo com Franco. “Precisamos de um concurso para a área de apoio, do administrativo. Só assim, ser possível concentrar mais policiais na atividade-fim”, destaca. A falta de efetivo, ele diz, tem sido pauta constante do sindicato, “porque quem sai perdendo mesmo é a sociedade”.
Embora reconheça que a necessidade seja urgente, o sindicalista diz que não confia muito no prazo dado por Seba para a realização do concurso. “O sindicato duvida de tudo o que vem desse governo. Agilidade na resolução dos problemas não é uma coisa que a gente vê na Diretoria-Geral, nem no governo. O que nos resta é esperar acontecer”, afirma.
*BRIGA POR CONVOCAÇÕES MARCOU ÚLTIMO PROCESSO*
As convocações para o último concurso realizado pela PCDF, em 2014, terminaram somente no ano passado. As articulações dos aprovados foram intensas e cheias de embates com o Executivo. O limite para gastos com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi a justificativa usada pelo governo para não convocar os agentes e escrivães.
Agora, a categoria luta pela manutenção da isonomia entre a Polícia Civil do DF e a Polícia Federal, há mais de um ano. O momento é de crise, tanto interna quanto externa.
Para o *Sinpol-DF*, problemas e reivindicações da categoria são cobradas reiteradamente, mas ficam estagnadas no que chamam de “*má vontade*” da Direção Geral da PCDF: jornadas excessivas de trabalho, desvio de função, remoções utilizadas como “*punição branca*”, além da falta de reconhecimento das atribuições de nível superior e da criação do concurso de remoções.
Ao ouvir as reivindicações da categoria, no Dia do Policial Civil, Eric Seba disse que há de se considerar a realidade de crise da cidade. “*A situação do País é caótica*”, disse ele.
Na ocasião, Seba negou que houvesse remoções aplicadas como punição e confirmou que trabalha pela realização do concurso.
*Fonte*: jornaldebrasilia.com.br