Prezados,
Não tenho o hábito de participar de discussões, mais este assunto sempre me chamou a atenção e tenho acompanhado as inúmeras tentativas de regulamentação da nossa profissão.
Estou no mercado de TI desde 1984, trabalhando com desenvolvimento e análise de sistemas.
Tenho alguns pontos que gostaria de compartilhar, mais sem a intensão de influenciar.
Há mais de 30 anos tramitaram no Congresso Nacional, diversos projetos visando à regulamentação das profissões de TI, mas apesar do grande volume de projetos, não existiu nenhum consenso, muitos são contras e muitos outros são a favor da criação de um conselho federal e da suas representações estaduais.
Até mesmo uma pesquisa em 2011 foi realizada e este respeito, tendo como resultado, 80% dos votos mostram que as pessoas são favoráveis a regulamentação da profissão.
Acredito que alguns pontos devem ser debatidos, até mesmo em questão dos profissionais que atuam na área sem formação superior em TI:
a) Houve um tempo atras um posicionamento da Sociedade Brasileira de Computação, CONTRA o estabelecimento de uma reserva de mercado de trabalho, geralmente instituída pela criação de um conselho de profissão em moldes tradicionais (como CRM, CRC, CREA), pois ela achava que poderia levar a uma indevida valorização da posse de um diploma em detrimento da posse do conhecimento, pois muitos dos profissionais de TI não têm curso superior na área (análise de sistemas, ciência da computação, processamento de dados ou engenharia de software) e com isso não teriam méritos para estar na função. Isto é uma realidade, e existem ótimos profissionais sem esta formação.
b) É de conhecimento de todos que os projetos voltados a regulamentação fixam um prazo de experiência mínima (cinco anos, em vários casos) para permitir que estes profissionais continuem na profissão após a entrada em vigor da nova lei. Mas questiona-se: e os outros profissionais? Para onde vão? Serão demitidos? Sem contar que existem no Brasil várias empresas onde praticamente todos os profissionais não se enquadram neste perfil, neste caso o que iria acontecer? Terão que fechar as portas?
c) Na minha opinião, existe sim a necessidade de uma regulamentação, pois a nossa profissão de Analista de Sistemas está no descaso, o que vem prejudicando a muitos como eu e outros que estudamos e trabalhamos todos os dias sem o reconhecimento merecido. O que solicitamos é a regulamentação da profissão, que no mundo corporativo é o carro chefe no controle e disponibilização das informações da empresa, pois neste mundo o trabalho fica inviável sem informações mineradas e bem organizadas. O fato é que alguns colegas não perceberam que a reserva de mercado é feita pela seleção natural onde os bons são acolhidos e os maus profissionais ficam na repescagem, deixados à margem. Diante do exposto o que queremos é que o mercado naturalmente procure profissionais com registro em conselhos, capacitados, com formação acadêmica, com ética. E quanto aos prodígios serão naturalmente selecionados pelo seu talento e genialidade. Hoje podemos ter um cargo de auxiliar administrativo, técnico em eletrônica, e outros exercendo funções de programador ou analista. Onde está o valor do conhecimento acadêmico
d) Considero o curso superior como um diferencial e o próprio mercado define a necessidade de curso superior ou não, o que se deve buscar com a regulamentação é criar um conselho com a finalidade de definir e manter um Código de Ética e aplicá-lo no setor de Informática, visando a proteção da sociedade e a defesa dos profissionais. Mas obrigar todo profissional de TI a ter nível superior na área, não é um caminho que se deve buscar, pois muitas das inovações que vemos na área são desenvolvidas por pessoas sem nível superior, mas com alto grau de conhecimento da área. Trata-se de um problema que deverá ser observado e até mesmo tratado com muito carinho, pois o que queremos é uma regulamentação da profissão e não a retirada do mercado de profissionais com alto grau de competência e conhecimento.
Em fim, este é um assunto que deve ser discutido amplamente com todos os profissionais de TI e se possível, chegar a uma solução e nos traga credibilidade no mercado de trabalho e fortaleça os profissionais de TI. *Francisco Carlos de Souza* ?Diretor Técnico 8i Tecnologia em Sistemas Ltda?. Fone: (91)98049-1111
Em 25 de abril de 2018 11:49, David Zoroastro < david.zoroastro.evangelista@gmail.com> escreveu:
> Discordo, > > Vejo um colega citar apenas a medicina pra apoiar sua tese com o > argumento: “Você deixaria um médico sem formação fazer uma cirurgia em > você?”. > > Mas não sei se os senhores têm o conhecimento de quem foi Vivien Thomas, > um marceneiro que se tornou técnico em enfermagem e o primeiro a fazer a > cirurgia de coração em bebês com a síndrome do bebe azul, ele não tinha > formação acadêmica, porém tinha um dom. > > Agora vamos falar sobre outras profissões como o Direito por exemplo. A > maioria dos amigos advogados que conheço são contratados como PJ pelas > empresas e recebem menos do que está definido pela OAB. > > Portanto, não vejo muita lógica criar um Conselho para a nossa área, isso > não trará benefícios nenhum e dificultará ainda mais as contratações. Assim, > as empresas que não são da área de tecnologia e não sabem como contratar > devem ir atrás de empresas que prestam serviços de consultoria para > contratação de profissionais. > > Já participei de diversos processos seletivos e há empresas que aplicam > provas, testes práticos e etc.. e há empresas que não se preocupam com isso > e correm o risco de contratar charlatões. > > > [image: cid:C516EDAE-B4F6-4DA5-8CFF-9C0AF4B45228] > *David Zoroastro Evangelista* > *t +55* 61 3305-4487 | *c +55* 61 98167-4340 > *Skype:* david_zoro > globalwebcorp.com.br